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Defender a escola das pedagogias contemporâneas
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Palavras-chave

Escola. Pedagogia. Documentário. Arquivo. Michel Foucault.

Como Citar

AQUINO, Julio Groppa. Defender a escola das pedagogias contemporâneas. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 19, n. 4, p. 669–690, 2017. DOI: 10.20396/etd.v19i4.8648729. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8648729. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Valendo-se da obra Em defesa da escola como fio condutor das reflexões apresentadas, este artigo percorre inicialmente um arco argumentativo que engloba tanto a contestação das práticas escolares quanto sua apologia, passando por uma breve digressão acerca do trabalho crítico proposto por Michel Foucault, ao qual as discussões se alinham do ponto de vista teórico. Seu objetivo específico é a aproximação descritiva de alguns enunciados em circulação na contemporaneidade pedagógico-escolar, por meio da análise da obra fílmica Quando sinto que já sei, documentário brasileiro de 2014 constituído por depoimentos de alunos, educadores e idealizadores de experiências escolares ditas alternativas. A título de esconjuro de determinados expedientes pedagógicos tidos como tradicionalistas, o filme centra-se na proposição de estratégias supostamente inovadoras de aprendizagem, de vinculação entre seus protagonistas e destes com a ambiência escolar, apontando para uma acentuada transfiguração da normatividade típica das práticas pedagógico-escolares. Como contraponto ao ideário subjacente ao filme e a par de um ceticismo vitalista, o artigo propõe, em suas considerações finais, uma educação pelo arquivo, com vistas a um desbloqueio das forças instituintes do éthos escolar e, sobretudo, da palavra docente.

https://doi.org/10.20396/etd.v19i4.8648729
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