Resumo
O objetivo do presente texto é refletir acerca dos modos conectar da arte, por meio de exposições ativistas on e off-line e das relações em rede entre o sistema da arte digital e da arte contemporânea, problematizando a rasa instrução sobre artes no Brasil, em tempos de oposições binárias e radicalismo. A metodologia qualitativa, com revisão bibliográfica e análise de dados, segue as propostas da TAR (Teoria do Ator-Rede) de Latour (2012), aqui aplicada para mapear ações ativistas que evidenciem as relações entre humanos e não humanos e pontos conectivos nesta rede. A construção de um Atlas Mnemosyne, a partir de Warburg (2015) contribui para diminuir as fronteiras entre o público e os sistemas da arte, construindo um diálogo interdisciplinar que propõe alternativas mais empáticas. O referencial teórico é pautado nas pesquisas de mestrado, doutorado e publicações recentes da autora, além de autores como o economista Rifkin (2016), o sociólogo e antropólogo Latour (2004, 2012), o historiador Warburg (2015), os filósofos Flusser (1998;2002), Agamben (2009), Zizek (2011), Simondon (2007) e Dewey (2010) e o biólogo Bachinski (2017). O texto não aponta conclusões fechadas, mas traz alguns pontos de conexão os quais permitem que o leitor tire suas próprias conclusões sobre o assunto.
Referências
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