Resumo
Este artigo fala de uma coleção, de sua queima, do fogo que parcialmente a consumiu; das memórias que a circundam, das histórias silenciadas, das camadas não reveladas. Fala também de vestígios, marcas deixadas por homens e mulheres negros que viveram no estado de Alagoas e, com suas técnicas de feitura, construíram o sagrado, os afamados xangôs. Assim, propomos um breve relato sobre o assombro, a partir de alguns objetos da Coleção Perseverança, fruto do fatídico Quebra do Xangô de 1912.
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