Banner Portal
“Meu amigo Nietzsche”
PDF

Palavras-chave

Letramento crítico
Meu amigo Nietzsche
Ensino de literatura
Leitura subjetiva

Como Citar

GAMBASSI, Giulia Mendes. “Meu amigo Nietzsche”: os perigos da leitura crítica em um mundo conformado. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 59, n. 2, p. 1498–1512, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8658315. Acesso em: 16 ago. 2024.

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir o ensino de literatura no Brasil a partir da análise do curta-metragem Meu amigo Nietzsche (2012), que representa, a nosso ver, um discurso de resistência no cenário de crise democrática em que vivemos. O filme apresenta a história de Lucas, um menino da periferia de Brasília que encontra dificuldades de leitura na vida escolar e, advertido pela professora, tenta melhorar suas práticas por iniciativa própria. Ao se deparar com um exemplar de Assim falou Zaratustra (NIETZSCHE, [1883] 2011), Lucas parece desenvolver práticas de letramento crítico a partir de um processo de descoberta dos sentidos das palavras, que evoluiu para uma reflexão filosófica sobre o mundo a seu redor. Assim, a partir da análise de algumas cenas do curta-metragem, tencionamos refletir sobre a literatura e seu ensino, assim como sobre a recepção da leitura crítica em um mundo conformado.

PDF

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BARTHES, Roland. O rumor da língua. Tradução de Mário Laranjeira. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Curricular Comum. Brasília: MEC, 2017. Disponível em index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192. Acesso em jun. 2020.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CHARTIER, Roger. A Aventura do Livro: do Leitor ao Navegador. Trad. Reginaldo de Moraes. São Paulo: Editora UNESP/ Imprensa Oficial do Estado, 1999.

CHARTIER, Roger. O que é um autor? Revisão de uma genealogia. Tradução de Luzmara Curcino; Carlos Eduardo de Oliveira Bezerra. São Carlos: EdUFSCar, 2012.

DALVI, Maria Amélia. Literatura na escola: propostas didático-metodológicas. In: DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOVER-FALEIROS, Rita (orgs.). Leitura de Literatura na escola. São Paulo: Parábola, 2013.

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? In: FOUCAULT, Michel. Ditos e escritos III: Estética: literatura e pintura, música e cinema. Tradução de Inês Barbosa. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. In: A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 21. ed. São Paulo: Autores Associados: Cortez, (1981) 1989.

Freire, Paulo. Pedagogia da Tolerância. São Paulo: Editora Unesp, (1992) 2005.

GIROUX, Henry. “A crise da escola é a crise da democracia”. Entrevista cedida a Ana Torres Menárguez. EL PAÍS. Barcelona, mai. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/ 2019/05/09/internacional/1557407024_184967.html. Acesso em: jun. 2019.

MARX, Karl. O manifesto comunista. Tradução de David Boyle. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, (1848) 2006.

MENEZES DE SOUZA, Lynn Mario T. Para uma redefinição de Letramento Crítico: conflito e produção de significação. In: MACIEL, Ruberval Franco; ARAUJO, Vanessa de Assis (orgs.) Formação de professores de línguas: ampliando perspectivas. Jundiaí: Paco editorial, 2011, p. 128-140.

MEU AMIGO NIETZSCHE. Direção: Fáuston Silva. 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FroyMvgYfm0. Acesso em jun. 2019.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Trad. Mário Ferreira dos Santos. 6 ed. Petrópolis: Vozes, (1883) 2011.

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce homo: como alguém se torna o que é. Tradução: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, (1888) 2008.

PETIT, Michèlle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. Trad. Arthur Bueno e Camila Boldrini. São Paulo: Editora 34, 2010.

PUCHEU, Alberto. Literatura, para que serve? In: Manuel Antonio de Castro (org.). A construção poética do real. 1ed. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2004, v. 1, p. 224-242.

QUINTÃO, Paula Rochlitz. Morar na rua: há projeto possível? 2012. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Projeto, Espaço e Cultura). Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-07082012-122947/pt-br.php. Acesso em jun. 2019.

REZENDE, Neide Luzia de. O ensino de literatura e a leitura literária. In: DALVI, Maria Amélia; REZENDE, Neide Luzia de; JOVER-FALEIROS, Rita (orgs.). Leitura de Literatura na escola. São Paulo: Parábola, 2013.

ROUXEL, Anne. Ousar ler a partir de si: desafios epistemológicos, éticos e didáticos da leitura subjetiva. Trad. Rosiane Xypas. In: Revista Brasileira de Literatura Comparada, n. 35, 2018, p. 18-25.

STREET, Brian. Literacy in theory and practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1984.

XYPAS, Rosiane. A leitura subjetiva no ensino de literatura: apropriação do texto literário pelo sujeito leitor. Olinda, PE: Nova Presença, 2018.

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.