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Como as mídias sociais proporcionam uma política populista
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Palavras-chave

Populismo
Mídias digitais
Pós-verdade
Liminaridade

Como Citar

CESARINO, Leticia. Como as mídias sociais proporcionam uma política populista: observações sobre liminaridade com base no caso brasileiro. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 59, n. 1, p. 404–427, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8658828. Acesso em: 6 dez. 2024.

Resumo

Há pouco mais ou menos de uma década, o populismo e as redes sociais têm sido questões relevantes, tanto no meio acadêmico como na esfera pública. Neste ponto, os dados de vários países sugerem que a percepção de paralelos entre a dinâmica das redes sociais e a mecânica do discurso populista pode ser mais do que meramente acidental, relacionada a um campo estrutural partilhado. Este artigo sugere um caminho possível para dar sentido à forma como as dinâmicas das redes sociais e a mecânica da mobilização populista têm se coproduzido na última década. Navegando na interface entre a antropologia e a linguística, o texto parte de aspectos chave da noção de liminaridade de Victor Turner para sugerir algumas das formas pelas quais affordances anti-estruturais das mídias sociais podem ajudar a estabelecer uma base para o florescimento contemporâneo do discurso populista: os marcadores da estrutura social são suspensos; a comunitas é formada; o núcleo cultural é abordado; a mimese e as inversões anti-estruturais são realizadas; os sujeitos tornam-se influenciáveis. Desenvolvo esta afirmação com base em materiais brasileiros, extraídos de etnografia online em grupos pró-Bolsonaro no WhatsApp e em outras plataformas, como Twitter e Facebook, desde 2018.

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