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A literatura de mulheres negras como direito humano
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Palavras-chave

Escritoras negras
Consciência crítica
Mulheres em privação de liberdade

Como Citar

SILVA, Leonardo da; FARIAS, Priscila Fabiane. A literatura de mulheres negras como direito humano: reflexões sobre o desenvolvimento da consciência crítica no contexto de um projeto de extensão para mulheres em privação de liberdade. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 60, n. 1, p. 126–140, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8661765. Acesso em: 6 dez. 2024.

Resumo

Este artigo objetiva investigar os possíveis efeitos das ações de um projeto de extensão no desenvolvimento da consciência crítica (FREIRE, 2005), em especial no que diz respeito a questões de gênero e raça. Mais especificamente, o estudo tem como foco principal as atividades de leitura realizadas por uma equipe multidisciplinar com mulheres em privação de liberdade, que incluíram a apresentação e discussão de três obras de escritoras negras: Olhos D’Água (Conceição Evaristo), Quarto de Despejo (Carolina Maria de Jesus), e Heroínas Negras Brasileiras em 15 cordéis (Jarid Arraes). Neste estudo, investigamos o diário reflexivo de uma das discentes extensionistas da equipe executora bem como os questionários com as percepções das mediadoras do projeto – professoras, técnicas administrativas e discentes – acerca das obras de autoras mulheres negras selecionadas e das atividades propostas a partir delas. A partir da visão das mediadoras do projeto, destaca-se não apenas o papel da literatura na reflexão acerca de questões de gênero, classe e raça, mas também a importância de que as atividades considerem as subjetividades de todos os sujeitos deste processo para que o diálogo crítico ocorra em uma atmosfera segura e acolhedora. Por fim, as percepções apontam a relevância de atividades culturais e literárias no processo de humanização – tanto da equipe proponente quanto das mulheres em privação de liberdade –, evidenciando a importância de políticas públicas que compreendam a arte e a cultura enquanto direito humano no contexto de privação de liberdade.

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