Banner Portal
Cânones escolares e mashups literários
PDF

Palavras-chave

Ensino de escrita e leitura
Cânones escolares
Mashups literários
Jovem leitor

Como Citar

CURCINO, Luzmara; CONTI, Clarissa Neves. Cânones escolares e mashups literários: O incentivo à leitura por meio de adaptações fanfics. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 62, n. 1, p. 90–103, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8666560. Acesso em: 4 out. 2024.

Resumo

Neste artigo, abordamos aspectos da produção, difusão e recepção de um gênero peculiar, forjado em um ambiente cultural cada vez mais familiar às novas gerações, expostas desde cedo ao universo de produções digitais, que propicia e fomenta a experimentação e mixagem de linguagens e, com elas, a dessacralização de referências literárias e cânones culturais. Referimo-nos ao mashup literário, próprio das produções fanfics digitais contemporâneas. Analisamos um mashup literário publicado no formato livro impresso e produzido a partir de uma das obras clássicas da literatura nacional, publicado em um selo editorial destinado ao público leitor jovem. Com sua análise, buscamos depreender representações atualmente compartilhadas sobre a leitura e sobre o público leitor visado por essas produções. Elas se encontram indiciadas nas estratégias de escrita empregadas nessas adaptações, nos paratextos dos livros que apresentam e justificam sua produção, nas publicidades que divulgam esse produto, assim como nos comentários de leitores, da mídia informativa e de textos acadêmicos que as avaliaram, quando de seu lançamento no Brasil. As escolhas linguísticas bem como o gênero, o formato e o meio de circulação mobilizados nessa produção fanfic, assim como o que se disse a seu respeito, nos colocam diante de discursos sobre a cultura letrada, o livro e a literatura, sobre o papel da escola na formação leitora e, especialmente, sobre o perfil leitor de jovens nativos da cultura digital. Em sua análise mobilizamos princípios da Análise de Discurso e da História Cultural, bem como contribuições de estudos brasileiros dedicados às práticas de letramento literário do universo juvenil.

PDF

Referências

ABREU, M. (2001). Diferença e Desigualdade: Preconceitos em Leitura. In: MARINHO, M. (org.). Ler e Navegar: espaços e percursos da leitura. Campinas: Mercado de Letras; ALB, p. 139-157.

ABREU, M. (2006a) Apatia, ignorância e desinteresse. Uma história da leitura no Brasil? Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo, v. 2, n. 1, p. 83-98.

ABREU, M. (2006b). Cultura letrada: literatura e leitura. São Paulo: Editora UNESP.

ABREU, M. (2007). Cuidado. Ler é um perigo. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: SABIN - Sociedade Amigos da Biblioteca Nacional, Ano 2, n. 23. p. 60-65. Disponível em: https://www.academia.edu/33823419/Cuidado_ler_e_um_perigo. Acesso em: 27 jun. de 2021.

ALMEIDA, P. Para quem quer saber mais dos Clássicos Fantásticos. Entrevista à Livraria Cultura, Youtube, 1 out. 2010.

ANDRETTA, P.; CURCINO, L. (2012). Machado de Assis e seus leitores da era da internet: o que se diz sobre os clássicos no Skoob. Leitura. Teoria & Prática, v. 30, n. 58, p.205-214.

ANTUNES, B.; CECCANTINI, J. L. (2004). Os clássicos: entre a sacralização e a banalização. In: PEREIRA, R. F.; BENITES, S. A. L. (org.). À roda da leitura: língua e literatura no jornal Proleitura. São Paulo: Cultura Acadêmica, p. 73-89.

BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico. São Paulo: Parábola, 2015.

BARZOTTO, V. H.; BRITTO, L. P. L. (1998). Promoção da leitura X mitificação da leitura. Boletim ALB, n. 3, Rio de Janeiro, Agosto.

BOURDIEU, P. (2007). A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: EDUSP; Porto Alegre: Zouk.

BRITTO, L. P. L. (2003). Leitura e participação. In: Contra o consenso: Cultura escrita, educação e participação. Campinas: Mercado das Letras, p. 99-114.

BRITTO, L. P. L. (1999). Máximas Impertinentes. In: PRADO, J.; CONDINI, P. (org.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus.

CANDIDO, A. (2011). O direito à Literatura. In: CANDIDO, A. Vários Escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, p. 171-193.

CECCANTINI, J. L. (2016). Mentira que parece verdade: os jovens não leem e não gostam de ler. In: FAILA, Z. (org.). Retratos da Leitura no Brasil 4. Rio de Janeiro: Sextante, p. 83-98.

CHARTIER, R. (2019). Ler sem livros. Revista Línguas(agem). vol. 32, São Carlos, p. 6-17. Disponível em: http://www.linguasagem.ufscar.br/index.php/linguasagem/article/view/655/396. Acesso em: 10 de Jun. 2021.

CONTI, C. N. (2016). A recepção dos mashups literários nacionais: uma análise discursiva de representações do leitor jovem. 2016. Dissertação [Mestrado em Linguística] – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/10432.

COSTA, A. L. Da colagem à recriação. Carta Capital, 08/10/2010. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/cultura/da-colagem-a-recriacao-2. Acesso em:10 jan. 2021.

CURCINO, L. (2016). Discursos hegemônicos sobre a leitura e suas formas de hierarquização dos leitores. In: CURCINO, L.; SARGENTINI, V.; PIOVEZANI, C. (org.). (In)subordinações contemporâneas: consensos e resistências nos discursos. São Carlos: EdUFSCar.

CURCINO, L. (2019). Discursos sobre a leitura: do elogio ao insulto na construção do perfil leitor de políticos. In: HOSSNE, A. S.; NAKAGOME, P. T. (org.). Leitores e leituras na contemporaneidade. Araraquara: Letraria. Disponível em: https://www.letraria.net/wp-content/uploads/2019/01/Leitores-e-leituras-na-contemporaneidade-Ebook.pdf. Acesso em:10 jan. 2021.

CURCINO, L. (2020). Infames e penetras no universo da leitura: princípios da arqueologia foucaultiana em uma análise de discursos sobre essa prática. Moara. vol. 1, n. 57, p. 74-91. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/moara/article/view/8874. Acesso em: 10 jan. 2021.

CURCINO, L.; SANTANA, J.; VARELLA, S. G. (2021). Discursos sobre a leitura na mídia brasileira: o que se enuncia sobre ‘catadores de lixo’ e ‘moradores de rua’ como comunidade leitora. Anais do II Colóquio Discurso e Práticas Culturais. v. 2. Fortaleza, UFC, 2021. p. 357-371. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/11RucY6eW9jobljKFzgdo_dX0J6poamxV/view?usp=sharing. Acesso em: 10 jan. 2022.

FOUCAULT, M. (1999). A ordem do discurso: Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de Dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola.

FOUCAULT, M. (2003). A vida dos homens infames. In: Ditos e escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, p.203-222.

GIRON, A. Praga de Letras. Revista Época, 5 out. 2010. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI177254-15230,00-PRAGA+DE+LETRAS.html. Acesso em: 10 jan. 2021.

HÉBRARD, J. (2009). Pode-se fazer uma história das práticas de leitura na Época Moderna? Os novos leitores revisitados. Anais do Seminário Brasileiro sobre o Livro e História Editorial. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa; Universidade Federal Fluminense. Disponível em: http://www.livroehistoriaeditorial.pro.br/pdf/Herbrad4.pdf. Acesso em: 10 jan. 2021.

LEITE, Marli Quadros. Preconceito e intolerância na linguagem. São Paulo: Contexto, 2008.

LUCCHESI, Dante. Língua e Sociedade partidas: a polarização sociolinguística do Brasil. São Paulo: Contexto, 2015.

PIOVEZANI, Carlos. A voz do povo: uma longa história de discriminações. Petrópolis: Vozes, 2020.

RIBEIRO, D. (2018). Educação como prioridade. Editora Global: São Paulo.

SOARES, M. (2011). A escolarização da literatura infantil e juvenil. In: EVANGELISTA, A. A. M.; BRANDÃO, H. M. B.; MACHADO, M. Z. V. (org.). Escolarização da leitura literária. Belo Horizonte: Autêntica, p. 17-48.

SOARES, M. (2016). Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto.

VARELLA, S. G.; CURCINO, L. (2014). Discursos sobre a leitura: uma análise de vídeo-campanhas em prol dessa prática. Desenredo. V. 10, p.337-354. Disponível em: http://www.upf.br/seer/index.php/rd/article/view/4157/3091. Acesso em: 20 jun. 2021.

VARELLA, S. G. (2018). A promoção da leitura: discursos e práticas de seu incentivo no Brasil. [Tese]. Programa de Pós-graduação em Linguística da UFSCar. São Carlos, 265p. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/10503. Acesso em: 20 jun. 2021

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Trabalhos em Linguística Aplicada

Downloads

Não há dados estatísticos.