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Tradução, promessa e dívida com Jacques Derrida
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Palavras-chave

Desconstrução
Différance
Double Bind
Shakespeare
Original

Como Citar

CARVALHO NETO, José Pedro de; FERREIRA, Élida Paulina. Tradução, promessa e dívida com Jacques Derrida. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 62, n. 2, p. 363–375, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8669308. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

Neste artigo está em julgamento a lei da tradução. A nossa linha de defesa se baseia em dois textos: O que é uma tradução relevante? (DERRIDA, 2000) e O mercador de Veneza (SHAKESPEARE, 2013, 2018). Tudo na peça de Shakespeare se deixa traduzir como questões de tradução, como, por exemplo, os temas do juramento, da economia e da equidade. Isso se esse texto for interpretado pela lei de Derrida (2000). Ao acarear as duas partes, no primeiro ato, expomos a cena [jurídica] da tradução, explorando as metáforas e contratos realizados na obra de Shakespeare. No segundo ato, comprometemos nossa apreciação do caso ao reencenar, ou melhor, traduzir, de forma econômica, O mercador de Veneza. Representamos, nesse momento, a própria lei da tradução. Já no terceiro ato, esmiuçamos os aspectos intrínsecos a essa lei e seu ponto de ruína. Por todo o exposto, sentenciamos que a promessa de toda tradução resulta em dívida, que não pode ser quitada por isonomia. E ainda assim, triunfa.

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Referências

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