Banner Portal
A reescrita como processo de apropriação do gênero HQ em um projeto didático de gênero agenciado no nono ano do ensino fundamental
PDF

Palavras-chave

Ensino de escrita
Reescrita
Correção textual-interativa
Histórias em quadrinhos

Como Citar

DOMICIANO, Ive Marian de Carvalho; PAES, Francisco Cleyton de Oliveira; ANDRADE, Francisco Rogiellyson da Silva. A reescrita como processo de apropriação do gênero HQ em um projeto didático de gênero agenciado no nono ano do ensino fundamental. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 63, n. 1, p. 209–224, 2024. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8671561. Acesso em: 30 jun. 2024.

Resumo

Este artigo analisa o ensino de produção de histórias em quadrinhos por meio de um Projeto Didático de Gênero agenciado em uma turma de nono ano, a fim de perceber como o processo de reescrita efetiva a autoral apropriação dos gêneros discursivos trabalhados em sala de aula. Assumiu-se a perspectiva enunciativa de ensino de língua, orientando-se por um trabalho reflexivo e processual de ensino e aprendizagem dos gêneros discursivos. Nessa seara, o escopo teórico abalizador da pesquisa entende os gêneros como instâncias centrais das metodologias de ensino de língua e a correção textual-interativa como propiciadora da autoria discursiva do produtor em formação. A metodologia se pauta no estudo de caso e tem base analítica qualitativa. Assim, a pesquisa-ação gerou 12 produções textuais para serem analisadas. Inicialmente, fizemos uma análise geral do desenvolvimento dos textos e, depois, afunilamos para a produção de um dos estudantes participantes da experiência. A análise fez perceber que se utilizar de metodologias de reescrita para o ensino da produção textual propicia o aprimoramento da reflexividade do estudante sobre sua aprendizagem e sobre suas escolhas enunciativas autorais em função de situações interacionais concretas da vida social. Seja na análise quantitativa, seja na análise qualitativa, os resultados evidenciam que os estudantes, embora já consumissem o gênero HQ, ao longo das várias etapas propiciadas pelas atividades pedagógicas, foram capazes de se apropriar dos diferentes recursos verbais e visuais concernentes à arquitetônica do gênero HQ, a fim de concretizar projetos discursivos de maneira responsiva e autoral, expressando sua posição axiológica nas produções. 

PDF

Referências

ANDRADE, F. R. da S. (2019). Protagonismo e evolução discentes evidenciados em produções de cartas argumentativas In: FORTALEZA. Projeto professor-autor: fazendo História... Trocando figurinhas.1 ed. Fortaleza: Prefeitura Municipal de Fortaleza, p. 97-104.

ALCARÁ, A.R.; GUIMARÃES, S.E.R. (2007). A Instrumentalidade como uma estratégia motivacional. Psicologia Escolar Educacional. v. 11, n.1, p. 177-178.

ARAÚJO, J.; BARROS, M. G.; SILVA, E. S. (2015). Práticas de reescrita no ensino do gênero resenha. RBLA. v. 15, n. 1, p. 109-130, 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/rbla/v15n1/1984-6398-rbla-15-01-00109.pdf>. Acesso em: 06 jan. 2021.

BAKHTIN, M. (2016). Os gêneros do discurso. Organização, tradução, notas e posfácio de Paulo Bezerra. São Paulo: Editora 24.

BAKHTIN, M. (2003). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes.

BERMÚDEZ, A. C. (2020). Enem 2019: 53 candidatos tiraram nota mil na redação; 143 mil tiraram zero. UOL Educação. Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais: 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF.

BRASIL. Ministério da Educação. (2018). Base nacional comum curricular. Brasília: MEC/SEF.

CARVALHO, I. M. de. (2018). A transposição didática do gênero história em quadrinhos (HQ) no 9° ano do Ensino Fundamental. Dissertação de Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS). Centro de Humanidades, UFC, Fortaleza. 2018.

CASSANY, D. (2007). Reparar la escritura. Barcelona: Graó.

GERALDI, J.W. (1984). Concepções de linguagem e ensino de Português. In: GERALDI, J.W. (org.) O texto na sala de aula. Cascavel: ASSOESTE.

GUIMARÃES, A. M. M.; KERSCH, D. F. (Org). (2012). Caminhos da construção: projetos didáticos de gênero na sala de aula de língua portuguesa. Campinas: Mercado de Letras.

INEP. (2020). Taxas de rendimento. Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2021.

LEMKE, J. L. (2010). Letramento metamidiático: transformando significados e mídias. Trabalhos em Linguística Aplicada. v. 49, n. 2, p. 455-479, jul./dez. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tla/a/pBy7nwSdz6nNy98ZMT9Ddfs/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 19 jun. 2022.

MARCUSCHI, L. A. (2005). Apresentação. In: BAZERMAN, C. Gêneros textuais, tipificação e interação. Trad. e org. de A. P. Dionísio e J. C. Hoffnagel. São Paulo: Cortez, p. 09-13.

RABELLO, K. R. (2015) O uso de artigos midiáticos de divulgação científica em um Projeto Didático de Gênero: uma proposta para construção do aprendizado interdisciplinar em sala de aula. Dissertação de Mestrado em Linguística Aplicada. Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS.

RIBEIRO. P. B. (2010). Funcionamento do gênero do discurso. Bakhtiniana, v. 1, n. 3, p. 54-67, jan./jun. 2010.

ROXANE, R. (2012). Pedagogia dos Multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: ROJO, R.; MOURA, E. (Org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola Editorial, p. 11-32.

RUIZ, E. M. S. D. (1998). Como se corrige redação na escola. 1998. 2v. Tese de Doutorado em Estudos da Linguagem. Instituto de Estudos da Linguagem, UNICAMP, Campinas. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/269074>. Acesso em: 12 jan. 2021.

SANTOS, C. F. (2004). O professor e a escrita: entre práticas e representações. Tese de Doutorado em Estudos da Linguagem. Instituto de Estudos da Linguagem, UNICAMP, Campinas. Disponível em: . Acesso em: 05 jan. 2021.

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. (1995). Gêneros e Progressão em Expressão Oral e Escrita: elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (francófona). (mimeo) Traduzido por Roxane Rojo. São Paulo: LAEL PUC-SP, 1995.

SERAFINI, M. T. (1995). Como escrever textos. São Paulo: Globo.

STREET, B. V. (2014). Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola.

VERGUEIRO, W.; RAMOS, P. (2009). Quadrinhos na educação: da rejeição à prática. São Paulo: Contexto.

VOLÓCHINOV, V. (2018). Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução, notas e glossário de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. 2. ed. São Paulo: Editora 34.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Ive Marian de Carvalho Domiciano, Francisco Cleyton de Oliveira Paes, Francisco Rogiellyson da Silva Andrade

Downloads

Não há dados estatísticos.