Resumo
Entre o texto (BARTHES, 1988, 2003) e sua individuação (SIMONDON, 2005; DELEUZE, 1980, 1988, 2002; BARTHES, 2005; MACÉ, 2018) biografa-se o pátio da universidade, rabiscando com as cadências de quem passa. Com os deveres e as obrigações em meio às bicicletas em ziguezague. Com motores. Entre vãos. Ordens. Velocidades e lentidões. Entre braços que balançam. Rabisca-se com os espaços e tempos intersticiais de incerta heterotopia (FOUCAULT, 2013) delimitada por um retângulo aberto, o pátio. As câmeras de segurança testemunham o escoamento do tempo enquanto as linhas carregam flores, varrem o chão, flutuam com balões vermelhos, planam pássaros, protestam e julgam com as gentes. Nem mesmo os cães a atravessar o pátio, entre faixas e cartazes, escapam do rabiscado.
Referências
BARTHES, Roland. Jovens pesquisadores. In: ______. O rumor da língua. Tradução brasileira de Mário Laranjeira. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 98-106.
______. O prazer do texto. Tradução brasileira de J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2006.
FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. Tradução Salma Tannus Muchail. São Paulo: n-1 Edições, 2013.
GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético.Tradução brasileira de Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
KAFKA, Franz. Investigações de um cão. In: ______. Narrativas do espólio. Tradução brasileira de Modesto Carone. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. p. 146-200.
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