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O que uma criança pode fazer por outra quando a heterogeneidade não tem lugar
Foto de capa: Antonio Carlos Dias Júnior
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Palavras-chave

Psicanálise
Inclusão
Exclusão escolar
Cooperação

Como Citar

KUPFER, Maria Cristina; VOLTOLINI, Rinaldo. O que uma criança pode fazer por outra quando a heterogeneidade não tem lugar: sobre o efeito de Columbine nas escolas. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 25, n. 00, p. e023035 , 2023. DOI: 10.20396/etd.v25i00.8666504. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/8666504. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

A socialização escolar não pode ser reduzida a uma simples convivência entre crianças, e é um fator decisivo nas possibilidades do processo inclusivo. Supõe-se que a cooperação nos grupos escolares promove mudanças nas posições subjetivas das crianças, bem como na aprendizagem, e produzindo efeitos também para as crianças ditas em situação de inclusão, a partir de referenciais que a psicanálise oferece para essa discussão. No artigo, observa-se ainda que a relação entre pares tem forte poder inclusivo, mas também excludente. Por isso, é preciso perguntar-se também sobre o que a exclusão pode gerar como efeito disruptivo: o que pode fazer uma criança pela outra quando não é a cooperação que preside aos laços entre alunos no interior de uma escola? Examina-se então a função do semelhante em sua dupla vertente de ser inclusiva e excludente, e discute-se o efeito Columbine, e em seguida é proposta uma discussão sobre as condições do laço social que agem como facilitadores de uma ação violenta massiva como os ataques de adolescentes às suas escolas.

https://doi.org/10.20396/etd.v25i00.8666504
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